Comentário de Salmo 91: A Segurança de Quem Confia em Deus

Introdução ao Salmo 91

O Salmo 91 é um dos textos mais amados e recitados da Bíblia. Conhecido como o “Salmo da Proteção”, ele expressa profunda confiança na fidelidade e no cuidado de Deus. Ao longo de seus 16 versículos, vemos promessas de segurança, livramento e companhia divina diante de ameaças visíveis e invisíveis.

Teólogos como Charles Spurgeon o chamaram de “um dos mais elevados cantos de fé já escritos” (The Treasury of David). Agostinho o citava frequentemente como parte de orações pessoais, e Martinho Lutero afirmou que ele era “um escudo invencível contra o medo”.

Versículos 1–2: O Refúgio do Altíssimo

“Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso pode dizer ao Senhor: ‘Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio!’” (v.1–2)

O salmista começa com uma confissão de confiança. Habitar no esconderijo do Altíssimo sugere uma vida de intimidade constante com Deus. Não se trata apenas de buscar refúgio nos tempos difíceis, mas de permanecer sob Sua presença diariamente.

Aplicação: A segurança espiritual começa quando aprendemos a viver em comunhão contínua com Deus. Ele não é um abrigo temporário, mas uma habitação eterna.

Versículos 3–8: Livramento em Tempos de Perigo

O salmo prossegue com imagens vívidas de livramento: laços de caçadores, pestes mortais, guerras, flechas e destruição. Esses perigos representam tanto ameaças físicas quanto espirituais.

“Mil cairão ao seu lado; dez mil, à sua direita, mas nada o atingirá.” (v.7)

Matthew Henry comenta que esse trecho enfatiza a proteção divina individual em meio ao caos coletivo. A confiança não elimina os perigos, mas redefine a perspectiva do crente diante deles.

Aplicação: A fé verdadeira não nos isenta de tribulações, mas nos garante que Deus está conosco mesmo nelas.

Versículos 9–13: Promessa de Proteção Contínua

O texto reafirma que aqueles que fazem do Senhor seu refúgio viverão sob Sua proteção constante.

“Pois ele ordenará que seus anjos o protejam aonde quer que você vá.” (v.11)

Esse versículo é citado por Satanás em Mateus 4:6, ao tentar Jesus. No entanto, Jesus responde demonstrando que a proteção divina não deve ser testada irresponsavelmente. A promessa não é uma licença para imprudência, mas um conforto para os que vivem em obediência.

Aplicação: A presença dos anjos é real, mas a proteção divina se manifesta dentro do propósito de Deus, e não de acordo com nossas exigências.

Versículos 14–16: A Voz do Próprio Deus

Nos últimos versos, é o próprio Senhor quem fala:

“Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome.” (v.14)

Essa conclusão dá ênfase à resposta de Deus à confiança do justo. Amor, conhecimento e fidelidade são recompensados com livramento, presença, honra e vida longa.

John Piper observa que o maior presente aqui não é o livramento da morte, mas a presença de Deus em meio à dor — “Ele estará comigo na angústia”.

Aplicação: A verdadeira segurança está na presença de Deus, não na ausência de problemas.

Conclusão: A Segurança que Vem da Fé

O Salmo 91 é um convite à confiança radical. Ele não promete ausência de problemas, mas assegura que, em cada situação, Deus estará presente, protegerá, sustentará e honrará aqueles que O buscam.

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